Como lidar quando pessoas queridas estão com depressão
Setembro é um mês onde um dos assuntos mais discutidos é o cuidado com relação a saúde mental. Isso se deve à campanha de prevenção ao suicídio, Setembro Amarelo, iniciada em 2015 pela Associação Brasileira de Psicologia (ABP) junto ao Centro de Valorização da Vida (CVV) e Conselho Federal de Medicina (CFM).
Para que as ações sejam mais efetivas, é necessário informar a população para que se conscientizem de cuidar daqueles que estão mais próximos, como amigos e familiares. Um dos primeiros pontos a serem levantados, todavia, é a dissociação da depressão com o suicídio.
Conforme abordado pelo psicólogo e tanatólogo Alexandre Portugal, nem sempre uma pessoa depressiva tem condutas suicidas, e nem todo suicida é de fato depressivo.
Em todo modo, com a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), que afetou todas as pessoas do mundo inteiro, sem exceção, a quantidade de pessoas relatando sofrimento emocional aumentou. As queixas mais frequentes são relacionadas a crises existenciais, ansiedade e a mudança nas redes de afeto (do físico, passou a ser mantida por meios virtuais).
E como ser um bom ouvinte de quem precisa externar aquilo que causa angústia? "Ouvir e acolher as pessoas. Compreender aquilo que dizem sem julgar. Não realizar julgamento moral e/ou se afastar pois, o ouvinte acaba prejudicando a outra pessoa. A rede de apoio pode sim ser efetiva, se mostrando presente e sugerindo possibilidades. A pessoa muitas vezes vê a dor que sente como insolucionável, se fecha e não reconhece que existem outras formas. Quando estamos muito envoltos não vemos o óbvio. Quando as pessoas julgam, essa dor é acentuada. É preciso ter a sensibilidade de ouvir sem julgar e estar preparado para ouvir. Se a pessoa fala para você, de certa forma você se torna responsável por aquela vida", destacou Alexandre.
Inúmeras cidades brasileiras possuem movimentos onde existem psicólogos atendendo de forma gratuita, se solidarizando com as pessoas que precisam de auxílio profissional.
Além disso, o atendimento do CVV continua existindo de forma voluntária e gratuita através do telefone 188, email e via chat no site https://www.cvv.org.br/. Os atendimentos são sigilosos e ocorrem 24h por dia.